sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Egoísticamente só...


Bom eu sempre estive só, não que eu não gostasse de estar só, o que eu não gostava era de ser só entendem?


É uma ténue diferença, mas há sim uma ponte entre ambas, não muito difícil de transpor, no entanto de tudo o que mais me irritava quando criança, eram os amigos imaginários, pois mesmo sendo fruto de minha mente ( será?) eles tinha sobre mim forte influência, no decorrer do tempo entre fragmentos e músicas, poemas e discórdias internas (bendita adolescência!), percebi que eu mesma poderia mudar o colorido de mim, então por vezes me fiz em preto e branco, naquilo em que eu calava eu dizia muito mais, patético?



Pode até ser...
Mas era eu quem decidia o que era ou não interessante, pois se tudo quanto tinha não me pertencia ao mesmo tempo eu de lugar algum vinha e pra lugar nenhum iria , sim vocês podem até dizer..." coitada escrava da própria liberdade". Tudo bem! Mas quem não é? Provavelmente esgoísticamente só eu ia de um estado de ser á outro em questão de segundos, seria mais que cordial olhar para os outros e desejar boa sorte, não mesmo! Desejo aos meus sorte, desejo aos seus que a sorte os deseje, alguns sequer merecem as cicatrizes que carregam, cicatrizes essas que perduram vidas, que transcendem eternidades, que anulam qualquer indagação infame.

Tendo um rosto no qual não se pode ler,sendo ambígua o tempo todo, duas que não se entendem, por vezes nem moram juntas mesmo estando no mesmo lugar,duas sombras em espaços iguais, mas em eras diferentes, essa tal relatividade me deixa infinitamente louca!
E que eu nunca seja como você, que finge ouvir, mas só fez escutar,que nesses meus devaneios e gritos roucos eu não contenha nada, no meu silêncio desestimulado eu me faça entender, falar de mais as vezes cansa, todo estremecimento desejado,todo gozo contido,todo prazer profano, é necessário medidas drásticas, como aquietar-se diante de um pôr do sol.


Necessita-se entristecer-se para poder emergir daquele poço,fundo ,que quanto mais se cava, mais lama,mais água, sinceramente no fim de tudo eu não busco sentido, melhor mesmo só sentir,nego-me terminantemente á redenção de uma santa, redimo meus pecados ao lamber minhas próprias feridas, instantes são instantes, inconstâncias casuais, términos sequer existem,o que há de fato são cores, fico eu em preto e branco então.