domingo, 9 de agosto de 2009


Era uma vez (e não poderia ser diferente) uma velhinha que morava numa casa antiga, (eu sei parece com outras histórias) junto com dois gatos, a velhinha já meio cega e deslembrada das coisas deixava tudo pelos cantos e esquecia onde as largava, pois bem, num desses dias, nesses fins de tarde quando o vento para, as folhas não dançam, neste exato momento um monte de outras pessoas nasciam, crianças choravam, namorados se agarravam (aquilo pra ela era o fim), naquele exato momento onde um beija-flor parava de frente pra uma porta de uma cozinha qualquer, a velhinha acabava de perder alguma coisa, e como sempre andava por todo o casebre perguntando pras fotos amarelas e pros seus dois gatos brancos...
_Onde diabos eu perdi aquela linha?
Pois então! Sabe-se lá onde não é?
Ela tinha uma cozinha cheia de coisas coloridas, tigelas antigas com desenhos de 1900 e guaraná com rolha, pratos tão fundos que dava pra tomar banho, enfim, ela tinha a tal mesa e cismou que a tal linha poderia ter ser perdido embaixo dela, de madeira trabalhada que em algum tempo passado havia sido uma Jacarandá enorme, pobre velhinha se agachar naquela idade, procurando uma linha que ela nem sequer lembrava-se da cor, muito sofrimento, os dois gatos apenas se entreolhavam e olhavam sua dona, e lá sei foi ela...
Até hoje os vizinhos ser perguntam...
_Onde foi parar a senhora simpática, aquela dos gatinhos?
Reza a lenda que ela ao ir embaixo da mesa acabou ficando por lá, tinha perdido tantas coisas ali que sequer havia se dado conta de quantas lembranças se perderam. Jóias da mãe, fotos dos irmãos, o casaco do marido, a blusa azul que sua bisa tinha tricotado, uma boneca que ela pensara ter dado de presente a sua neta, uma colcha de retalhos que nem havia terminado de bordar, o espelho da tia, foi juntando tudo, coisas diversas, gosto de café, balas de puxa puxa, pinceladas de ventos idos, calores, angústias, risos, choros, amores...
A velhinha foi diminuindo de tamanho, ficando cada vez menor, tão pequetita, tão tão que de repente!
_Mãnheeeeeeeeeeeeeeeeeeee! Olha o que achei!
_É uma foto da vovó Sofia!
_ Mas a vovó foi criança?
_Mas que pergunta é essa Sofia? Todo mundo foi.

_Posso ficar pra mim?
_Se prometer cuidar bem, pode sim.
_Prometeio mãe!
_É prometo menina!
_Prometo menina!
_Você entendeu.
_Vó vou esconder você aqui, embaixo da minha escrivaninha, e vou te contar uma história. Era uma vez uma velhinha que ser perdeu embaixo da mesa...

Colorido é mais bonito...







prefGabriel Enrique!
Biel o rico...
Quando olha pro alto grita...
“Passalinho que chom é eche?”
Biel fez um desses piu pius na peça da escola.
De olhos verdinhos, perdido nas bolhas de sabão que o ensinei a fazer
Menino safadenho que ri da minha cara e tem tara pelos desenhos do pica-pau
“Titiaaaaaa o que é tara?”
Cabelo clarinho meio amarelinho se confunde com o pôr do sol...
Menino levado que nem sendo levado dorme na hora que criança têm de dormir
“Cadê minha mamãe titiiaaaaaaaa?”
Sabe das coisas e finge que não, dança engraçadinho de andar ligeirinho que quando corre um pouco mais finge morrer de rir no chão.
Toma gagau, pois nem pega mais peitinho, mas dorme aconchegado no compasso da bateria do coração da mamãe.
Promete pra mim que não vai crescer?
Está bem, isso é complicado, então promete pra mim que vai crescer bem devagarzinho?
Vai rir das minhas brincadeiras e tudo que parece sem graça vai continuar sendo os melhores brinquedos, vai me chamar bem baixinho pra contar um segredo que nem existe...
“Vem aqui titia, só um pouquinho”
Vai me tirar o juízo de tanto chamar...
“TIA”!
“TIA”
“TIA”
“Oi Biel”
Soninho carregado, amiguinho imaginário, te compro o cavalo com asas que você me pediu, historinha da qual ele faz parte, junto com a piscina gigante, te compro um copo de sonhos pra você tomar antes de nanar, junto suas birras e a cara feia de quando acorda, deixo você colorir a parede. É que com o tempo Biel crescer deixa muita gente feia, a tia sabe o que diz, mas quem sabe o que faz mesmo é você.
“Binina, oh binina vem cá!”
Passarinho, que som é esse?

Perdão, mas farei uma pequena adaptação...
Menininho do meu coração eu só quero você a três palmos do chão...
Perdão Poeta =9

Psicopatia!


Madrugada estranha essa...
Lembro-me da cena, como se estivesse acontecendo agora, um lugar desses que você vai pra ser você mesmo, ou pra deixar que seus personagens aflorem, foi sim, bem assim...
O som era um tanto hipnótico e ao mesmo tempo angustiante, a porta principal se abre, nada fora do comum, se não fosse pelo detalhe de além do frio entrar, junto com ele, o frio, ela, que ao mesmo tempo parecia o gelo em pessoa, fazia tudo ali dentro queimar, mais incomum ainda seria ela entrar no lugar com um cão do lado, mas permitiam animais ali? Além de nós que eu saiba não.
É mas ela entrou, junto com o cão, enorme, de olhos azuis quase transparentes, acho que daquela raça siberiana, mas nunca tinha visto um cão como aquele, é que seu pelo era luminoso, ou seria a luz do local e algumas doses extras que me fez pensar assim? Se for isso estávamos todos bêbados...
E que eu me lembre nunca a tinha visto naquele lugar, bom, de qualquer forma aquilo transpassava qualquer coisa que eu tenha visto mesmo, e foi assim, ela foi tomando o local pra si, no primeiro instante alguns poucos olhares se voltaram, a música baixou, mas quem baixou a música?
Que me lembre ela não era nada diferente do resto das mulheres, bom a não ser pelo fato de ser baixa, ali sempre tinha mulheres mais altas, que realmente chamavam atenção, mas vejam você, usava um vestido de pouco comprimento, que parecia ser costurado em seu corpo, acha que era de cor pele junto com branco, era meio que uma mistura de segunda pele e pele de urso? Bom era isso que parecia, uma toca sobre a cabeça e um cachecol no pescoço que pareciam vários pontos de neve caindo, que bordado estranho! Botas, botas até próximo do joelho, e seu rosto?
Bem o som voltou a subir, outra música ainda mais angustiante começava a tocar, uma mistura de tambores com vozes ao fundo, e foi assim...
Ela deixou o cão com o cara que tomava de contas das coisas das pessoas na casa, foi entrando como quem tem tudo e nada, não olhava diretamente pra ninguém ou lugar algum, eu bem na verdade se não fosse pela bebida e outras coisas, juraria que ela sequer tocava o chão, vinha como uma assombração, algo que surge do passado pra te atormentar, sem tirar o capuz, começou a andar por entre os outros na pista de dança, foi abrindo espaço sem fazer o mínimo de esforço, mas o que era aquilo meu Deus? E eu a chamei de aquilo, pois pra mim estava longe de ser algo real, ao que pude ir notando eu não seria o único, inferno na terra foi o que vi a partir dali, começou sua dança satânica, porque aquilo não poderia ser uma simples mulher dançando, o meio da pista se abriu, tinha um casaco! Como não pude notar? Era um casaco junto com o capuz, ela foi tirando quase sem se mover, nem precisava, é que ela parecia uma serpente, era a hora de ver seu rosto, luz infernal, como poderia ver seu rosto?
As pessoas cada vez mais uma por uma iam parando no meio da dança, ela tinha dominado tudo quanto era espaço aquela coisa magra, estranha, baixinha, agora sim! Cabelos curtos, espetados, como algumas fadas dos desenhos e histórias que no passado ouvíamos falar, desgraçadamente eu tinha ficado ali no bar, parado com aquele copo na mão, estupidamente parado, e nem sequer conseguia me mover, ela andava como uma onda que traga você pra morte, mas ao mesmo tempo você se delicia, ao saber que vai morrer de tal forma, aproximou-se e a maldita música não parava, fez um paço no qual quase ficava de joelhos aos meus pés, subiu se contorcendo como quem sofresse de dor profunda, quem disse que eu conseguia me mover?
Filha da puta! Então vi seus olhos, olhos que vi por meses, mas que, no entanto nunca havia tocado, caralho! Mas ela estava diferente, ela queimava, mas estava morta, não tinha como ser ela, como havia chegado até ali, como havia descoberto onde esse verme dito como homem vagava um antro chique e decadente, tudo ao mesmo tempo, numa cidade onde coisas equivocadas se misturavam com sujeiras provocadas, onde esse cara imundo sem se aproximar nunca dela tinha destruído sua mente, acabado com alguns poucos sonhos seus...
A menina nem tão menina assim, agora tinha todo o lugar pra si, as pessoas nem se aproximavam, os homens?
Gargalhem meus amigos, os homens simplesmente arregalavam os olhos sem saber o que estava acontecendo, a vadia os tinha na mão, a porcaria do seu corpo fazia isso, a música acelerou...
_Se liga cara é ela, se liga como ela chegou até aqui? E mais que porra que o tempo fez com ela, ela não envelheceu um dia, ta me ouvindo?
Eu sei que música era aquela, tudo que eu queria era cair fora daquele lugar, maldito pesadelo, mas não, não queria mesmo acordar!
Eu lembro daqueles olhos, de como os vi noites após noites, mas nunca os toquei, os vi chorar, outras vezes ouvi sua voz, chorava tanto de tristeza, como de dor e prazer, eu ouvi aquela mulher gozar no meu ouvido, não foi imaginação, estou sendo mais que verdadeiro, este não é meu forte, mas neste momento é tudo verdade, era do tipo que quando gozava chorava feito criança, e se dizia a minha vadia, estava ali, uma que um dia chamei de flor, agora mais me parecia erva daninha...
Mudou a música, uma que falava de lembrança, as pessoas meio que acordaram, nem se deram mais conta de que ela estava ali, ela vinha vindo, vagarosamente, chorosamente, em minha direção, meu amigo como que vendo o demônio a sua frente saiu sem dizer nada, e o que ele iria dizer? Afinal no meio desta palhaçada toda, ele também serviu de pano de fundo para as minhas tramóias, falsas doenças, idas ao exterior, mãe doente, empréstimos que eu nunca havia dado pra ajudar seu ninguém, eu era apenas um filho da puta, que me divertia tirando o juízo de garotas solitárias...
_É você de verdade, de verdade...
_Não, faz tempo que não sou eu de verdade.
_E quem é você agora? E como diabos você conseguiu chegar até aqui?
_Perguntas erradas, a pergunta certa é: O que eu vim fazer aqui?

Senhor eu amei aquela criatura verdadeiramente e por amá-la mesmo sendo um ser que nada valho eu amei, de uma forma suja, sórdida e ao mesmo tempo o tudo mais puro que tive na merdinha de vida que levo o preço mais alto, ela me tirou de si completamente, nunca me ensinou como retira-la de mim, eu tinha quem bem queria, da forma como queria, as transas mais loucas, sempre foi assim, a mulherada vinha como mel, mas aquele maldito corpo, os gemidos, sussurros, as risadas, a voz baixando quanto tinha vergonha, lágrimas, risos, uma grande peça, não pra menos, ela era atriz, agora eu era não muito mais que uma personagem de seus contos, a vadia ainda me chamava de vida... AHAHAHAHHA... Vida...
Os olhos, olhos famintos, os olhos de sempre, buscando algo que lhe tinha tirado há muitas vidas atrás, eu dizia que aqueles olhos dela poderiam levar a desgraça qualquer um, ela ria o sorriso de canto de boca e dizia que isso era coisa da minha cabeça, que eu era doido...
_Não se perturbe vida, não vim te buscar, nem nada disso.
_Se não veio por mim, então?
_Ainda acha que o mundo gira a seu redor não é?
A vadia ria, sim ela ria descaradamente da minha cara, ela nem poderia estar ali, com aquele cheiro, com aquelas pernas, ainda mais bela do eu me lembrava ser, com os olhos ainda, mas fundos, e a minha maior vontade era deixar que eu fosse pro fundo deles, ela estava ali, Senhor ela estava ali!
Eu a comeria ali mesmo, na frente daquela gente toda, foda-se!
_ Você me comeria?
_Sabe que sim, sempre foi assim...
Gargalhava, pegou minha bebida tomou de um gole só, sentou-se de frente pra mim, de onde eu não havia me movido um centímetro sequer, ali sobre mim, me fez beber da sua boca, uma tragada do meu cigarro, começou sua dança infernal novamente, olhos ali parados no meu, uma serpente dos infernos, ressurgindo do passado pra me pegar...
Mas espere! Ela disse que não veio por mim, aí que está meus amigos, antes tivesse sido, conforme a dança ia esquentando, e ela ali grudada e eu paralisado, eu começava a ter espasmos, coisa que só por ela acontecia vestido dos infernos com as costas amostra, eu via aquele desenho das costas, linhas perfeitas, cintura amaldiçoada...
Realmente ela não tinha vindo por mim, não exatamente...
Saiu de cima de mim, caminho alguns centímetros, de meia volta...
Quem era aquele?
Como assim, quem era o tal sujeito? E digo a vocês ali naquele antro ele estava olhando tudo de longe e eu sequer havia me tocado disso, afinal ela nunca tinha estado só? Era uma personagem, assim como eu fui, ela também fingiu tudo, mas eu não havia fingido tudo, não tinha como ser pelo amor de Deus não poderia ser! Eu lembrava a perfeição da sua boca, pequena bem desenhada, boca de lábios fartos, fazia bico sempre, eu só tinha bebido da sua boca e agora ia pagar meu preço, eu fui sua vida, agora eu sou nada, eu a tive e poderia fazer o que bem quisesse agora ele...
Acordei com uma ressaca dos infernos, doía até a alma, busquei fotos, conversas salvas, quem me levou pra casa?
Mas eu saí de casa?
Precisava tomar um ar...
Dali de cima eu via a praça, crianças correndo, e...
Não pode mesmo ser verdade, vestido lilás, sentada na praça, como ela disse que iria ser...
Corri o quanto pude, eu mal havia lavado a cara, desci como um louco, penso que foi exatamente o que o porteiro pensou um louco...
Mas a praça era perto eu precisava ver de perto e dizer, dizer que não foi tudo papel, que tinha coisas as quais eu não poderia contar, mas que se havia uma chance de ser salvo eu queria ser salvo, mas que eu ficaria doente de verdade se a visse novamente daquela forma alguém a tocando...
As crianças estavam na praça, as crianças e no banco uma rosa vermelha, eu acho que realmente fiquei louco.
_A moça pequena deixou aí, e ela disse assim: Não há vida sem cores, as flores precisam de ar também.
Acabou tudo ali, sem vestígios, sem mais nada, nem dentro nem fora da tela fria, ainda pago o preço, se pude ser completo algum dia, deixei ir, nem vivo, nem morto, entro um e outro, nem humano nem fantasma, algo que só ela sabia o que era, agora sem ela, apenas lenda, contos que ela escreve personagem, sem personalidade...




Foi e não foi!


Os que cresceram em apartamento que me perdoem, nisso eu tive sorte, ser por uns tempos criança do interior foi uma bênção, acabei por me lembrar dos quintais da minha vida, tantos foram que me perdi em muitos deles, um dos quais me vem à mente neste exato momento é o da minha tia. Senhor o que era quilo?
Bendito quintal! É como se o visse hoje, mas daquela mesma maneira, gigante, tudo é gigante quando somos crianças, comigo não foi diferente, era imenso o quintal da casa da minha tia, ali eu tinha tudo, plantas, árvores imensas, bichos, estranhos bichos.
O quintal da tia era como um universo á parte, pra começar tinha um pé enorme de ciriguela, que carinhosamente eu chamava de cri, não o do mar, mas cri mesmo a fruta, bom eu nunca fui muito alta e por isso parecia que aquela árvore era ainda mais gigante, imagine vocês subir naquilo?
De lá de cima eu via toda a cidade (ao menos eu pensava que via e isso era o que importava) tinha um vento quente ali em cima, a torre da igreja era uma coisa mágica, eu me via como uma princesa, mais ou menos como Rapunzel, mas sem as tranças, o cabelo rebelde não fazia bem o estilo...
Ali tinha um chiqueiro de galinhas e quando elas não estavam por, lá virava uma casa sem maiores detalhes, mas o incrível mesmo era a pedra, bendita pedra no meio daquilo tudo, uma montanha oras!
Uma montanha na qual eu e minha prima escalávamos e pulávamos dali, como se ao chegar ao chão fossemos apenas afundar sem nos machucar, só afundar (algumas vezes usávamos o guarda-chuva pra isso), o pé de acerola era na verdade um pé de mini maçãs, RS...
No fundo dali um fogão a lenha, ah isso sim era o mundo perfeito! Fazer bolinhos de seja lá o que for brincar de guisado, correr atrás dos gatos em cima do muro, as borboletas eram mais coloridas, era uma verdadeira festa e no fim de tudo, no fim de tudo ainda tinha um baú, sabem lá vocês o que é um baú em um quintal?
Poucos de devem saber, abrir aquela caixa antiga era como algo proibido, um mundo do qual nós não fazíamos idéia do que encontrar, muitas revistas velhas, fotos antigas, livros, nem sabíamos ler direito, palha para o bom e velho brejeiro, mais conhecido como cigarro de palha, foi naquele mesmo quintal, ali mesmo que anos depois eu depilei junto com a mesma prima as nossas pernas, RS...
Senhor queria saber como não nos cortamos por inteiras, mas ainda era o mesmo lugar?
Parecia menor e na verdade tinha sido reformado sim e mais a frente seria cada vez mais diferente, mas assim me lembro dos fins de tarde, em cima do pé de ciriguela, naquele batente minha mãe se sentou com minha tia tardes corridas, naquele mesmo batente eu mesma fumei anos mais tarde o bom e velho brejeiro, um pequeno quintal no final de tudo, ainda ali sentei no mesmo batente e fiz minhas unhas, quando no passado o vermelho ficava com as acerolas, (que eram na verdade maçãs. Será?), agora decorava as minhas mãos.
Sinto por aqueles que nunca tiveram os fundos de uma casa, sua ou de alguém, um segundo sequer, mas agradeço, pois o carrego no meu interior, você sai de lá, mas ele nunca se muda de você, ainda que sejam breves momentos de um tempo congelado, no fundo de um velho quintal onde ainda hoje se esconde um antigo baú, abençoados sejam os seus tesouros...



Foi bom e pra sempre será...


Algumas viagens que fazemos, faz com que nossas vidas nunca mais sejam as mesmas, não fazemos idéia do que iremos encontrar no meio do caminho, nem muito menos do que esperar das pessoas que iram dividir o mesmo espaço físico que nós. No entanto, uma certeza nós temos, viajar é único, sendo assim, pode-se esperar tudo, ou nada, acabo de chegar de um congresso nacional de história, o congresso aconteceu em Fortaleza, cidade de sol, gente bonita, e suja, diga-se de passagem, mas e daí? O interessante mesmo é o decorrer da coisa, pessoas de todo o Brasil estavam por lá, pessoas bonitas, feias, simpáticas e algumas doidas como eu e quando digo doida, digo literalmente, embora pra ser sincera nenhuma tãooo doida assim.
Vou te confessar uma coisa curioso leitor, viver uma vida inteira em sete dias, não é pra qualquer um, tivemos momentos impares, momentos muito bons e momentos muito ruins, mas eu confesso que essa parte eu deixo na minha caixa de coisas estranhas, quero dizer do quanto sinto saudade dessas pessoas diversas, das conversas bobas, da correria pra ir tomar banho em um banheiro sem tranca e que dava de frente pro banheiro dos meninos (auhuahauhu).
Povo passando a madruga inteira acordada, galera com ódiooooooo eterno daqueles que não os deixavam dormir, gente do violão, Francisco meu filho você manda muito bemmmmm!
E quando no meio dessa galera você dá de cara com pessoas que sequer fazia noção de existir no tempo espaço, mas que casam direitinho com teu jeito de ser?
Uai! Nesse caso é partir pro abraço e viver o que há de bom, assim foi com a Aline, Daiane, Pâmela a Ariane e o Thiago, caramba! Como pode a gente se perder tanto no meio deste mundo de pessoas que em apenas alguns dias fazem da tua vida aquela graça de ser?
Mais tarde um menino inteligente e com cara de assustado aparece pra dar mais sabor á essa reunião de pessoas atemporais, Leopoldo, o Leo é uma coisa de fofis! Essa vai pra você Leo, “Nunca vi niguémmmmmmm viver tão felizzzz como euuu no sertãoooooooo...eh tchê tchê tchê tchêeee !!!
Um dia demos de cara com um pôr do sol que poucos podem ter na praia de Iracema, acho que cada um de vocês que lêem esse texto escrito de forma descompromissada, deveriam uma vez que fosse, em suas vidas, dar de cara com um pôr do sol deste, andar por sobre uma ponte que adentra o mar, a Lu ficou de cara com isso, a ponte velha chamada de ponte metálica, é uma coisa que fica acima das expectativas, tudo bem que alguns vão dizer que estou exagerando, eu só digo uma coisa, dane-se! Á mim não importa, eu sei que, ali naquela ponte, vendo aqueles barcos passar o cabelo sendo bagunçadas pelo vento, as ondas que quebravam com os prédios de fundo fazendo um perfeito cartão postal, eu vi que nesse mundinho de meu Deus, nada é nada, e nós somos ainda mais nada que isso se acha importante não é pessoa? Sinto informar, mas não é infelizmente eu fiz um vídeo que por alguma armação do destino foi apagado da máquina, esse vídeo era pra você bebê, não tem problema Doug, te faço outro de outro lugar, de outro tempo, mas olha palavra de Jakelina, então como eu dizia, no meio do caminho tinha uma ponte, tinha uma ponte no meio do caminho, conhecemos o Dragão do mar, coisa mais imensa é aquilo, havia mil coisas ali, o lugar ia subindo até você poder ver toda Fortaleza do alto, entramos em uma exposição que ganhava o nome de Brincadeira, e realmente era, casinhas com bonecos, luzes de lampião e areia, fez com que eu me sentisse bem de verdade, coisa que há milênios não ocorria, me senti fora de todo o resto e meu espírito em paz novamente poderia brincar, depois na mesma exposição, na mesma brincadeira, só que agora me levava ao mar, lá havia cata ventos, aviões que eram como móbiles, mas que funcionavam á manivela, meu pai do céuuuuu, havia uma bacia com água de sabão e os objetos pra fazer bolha de sabão, eu quase tive um troço, deve ser mais ou menos assim, lembra quando você era criança? Daí teus pais chegam e te trazem um brinquedo sem que você estivesse esperando? Foi bom como se assim o fosse, fiz bolhas de sabão, no fundo ouvíamos o som de crianças brincado á beira mar, o som das ondas misturado com minha alegria de estar ali e pisando na areia daquele lugar, não sei dizer, vou usar as palavras da Daiane “foi surreal”.
E o tempo todo, essas pessoas queridas estavam lá e o tempo todo eu ia de um extremo á outro, me senti feliz algumas vezes, e infeliz tantas outras, eu tenho sim este dom ou maldição de ir de um ao outro em questão de segundos, bom no meio desse turbilhão de emoções eu decidi fazer uma ligação e sabe você o que é ouvir alguém tão feliz em ouvir sua voz do outro lado? Recomendo também que procure saber se não souber. Acho, tenho mesmo pra mim, que nunca mais um congresso vai marcar de tal forma, claro dã!As coisas são únicas, eu somente afirmo, sentirei que o tempo foi aplacador nessa última semana, que fui uma, voltei outra, que sinto saudade dos momentos, que ri feito uma doida, eu a Maria e o Tássio durante a madrugada só falando bobeira, que sim Daí você é fiel ao seu namorido, afinal com tanto homem bonito junto e alguns até te rondando e você firme e forte.
Que tinha uma turma de paulistas surperrrrr na deles, um povo de Goiás muito engraçado que uma das meninas tomou um porre tão feio que saiu vomitando a quadra toda( foi de lascar), que um dos menino, do Piauí era o santo protetor das bebinhas, toda vez que uma mina caia nessa ele estava lá, sabe-se lá o porque, coisas da vida nean?
Que alguém perdeu uma aliança no banheiro, que alguém perdeu uma carteira com documentos e tudo (um dos paulistas), que alguém de Fortaleza não apareceu (pelo menos até enquanto eu estava lá) pra se despedir de alguém de Sampa e que alguém de Sampa tava doido pra falar com alguém do rio, que alguém de Floripa nos assustou, que outro do cearense tal poliça, ortoridade, fez um bem danado á uma menina chamada Maria. Que uma garota de Assú ta feliz da vida, causa de que um v menino vindo não sei de onde, gamou tanto nela que mandou um recado querendo seu MSN, trocamos MSN, trocamos presentes, mas presente mesmo vai ficar o sentimento de sonho, que agora de volta a vida real as coisas parecem um tanto longínquas, como se eu não conseguisse alcançar o pedaço de céu em limite com o mundo inferior, tudo isso em poucos dias, tudo isso entre risos e lágrimas, tudo isso perdido nos olhos de uma carinha que conhecemos, não poderia deixar de lembrar ele, ali perdido na praia de Iracema, vendendo suas coisinhas um nômade, que no fim das contas entrou pro clube do Coração partido do Sargento Pimenta, este foi o mini curso que fizemos (RS...), mas que já estava partindo também pra outro lugar, eu nem sei como findar o texto é que nesse momento alguns ainda estão voltando pra casa, levando uma bagagem de saudade, umas ou outras experiências sem igual, outros lavando os olhos marejados, afinal partir mesmo quando se quer dói de alguma forma, quantas dessas pessoas vamos reencontrar? Quantos momentos semelhantes á esses vamos viver?Quantos outros por do sol? Uma das meninas me disse que estava deprimida por conta da ida, que tinha se passado tudo muito rápido e que parecia, só parecia que era pra ser assim, como se essa parada toda tivesse sido escrita á tempos atrás, então eu vou findar o texto repetindo o que eu disse pra ela...
Se não houvesse começo e muito menos fim, não haveria história. Por um acaso somos historiadores, por um acaso estudamos o passado, pra que mais lá na frente possamos entender o presente, seja ele nosso ou de outros, fizemos nossa história ali, entre prantos e risos, raivas e alegrias, entre gente estranha, mas gente como qualquer outra, ultrapassamos fronteiras, estados, geograficamente ou fisicamente falando, eu mesma não arrisco um palpite pra responder nenhuma das questões e me utilizo do que mal sei sobre filosofia pra dizer, estamos aqui pra confundir, não pra explicar, faça a sua história e deixe o tempo se encarregar daquilo que ele bem sabe fazer, tenha sua caixinha de momentos impares também, a cada segundo que se vai você se pergunta, estive mesmo aqui? Se fez valer á pena, viveu, se viveu esteve...
Sinto por aqueles que eu não conheci, sinto pelos que não consegui me despedir, mas de todos vocês...
Sinto saudades...
“Passarinho quer dançar o rabicho balançar, pois acaba de nascerrrrrrrr thu thu thu!... é dia de festaaaaaaaaa dança sem pararrrrrrrrrr...!!! “

Ob: Anaaaa foi show te conhecer *_* ...