domingo, 11 de abril de 2010

Um monte de nada


Era somente um lugar pra fugir de si, é que os braços que buscava não existiam mais, às vezes tinha dúvidas se algum dia realmente estiveram ali, um caminho estrambólico, se sentia como um balão quando furado, sem oxigênio , como nascer ao contrário, ainda éramos caçadores, me parece que sim, mas por uma inquietude alheia as cores se misturaram dando um to acinzentado a todo resto, se você corre pra comprar coisas, sugiro que aproveite nossas promoções, liquidação geral de inverno, se morre uma vez e se ganha duas dores extras, deixar vagos os pensamentos e displicente o ego alheio. Pela vez em que te respeitei e você não se moveu, pelas horas incertas e meus gostos estranhos, pela deficiência ao dizer não, resguardando uma frase que ouvi quando criança “fala macia, dentes afiados”, é quando você chora fingindo sorrir, mas os prédios têm tantos apartamentos, nenhum com o número zero, algum qualquer um que leve ao elevador, se eu morrer quem dará comida ao gato? Se acaso fosse diferente eu diria que as placas nas rodovias são implacáveis quando se trata de interromper coitos, todos assustados, com o siga ou pare! De uma lua tão grande, crateras tão pequenas, furos minúsculos apenas fatos soltos, tecendo o tempo a senhora do ventou ouviu uma canção surda, destinada aqueles que esqueceram suas almas, se deram por satisfeitos, afinal quem precisa delas? A senhora ergueu a cabeça de uma forma inesperada cuspiu em seus olhos, todo o resto, todo o resto, apagado, submergido o fundo que se procurava e o raso da canção fez com que todos dormissem “Não há mais fantasmas menina, não há mais nada”.