sábado, 10 de abril de 2010

A fiar o tempo...


O mais estranho é que hoje senti a sua falta, do copo vazio sem água ficou um

pouco de saliva, eu lembro sim, deixei ali no canto, soprava um vento vagabundo naquela tarde, dentro do copo existe uma teia fina, teia de aranha, se olhar mais de perto é uma teia bem desenhada, mas o mais estranho é que mosca alguma foi pega, eu fui...

Você foi alguém virou pra mim e disse “cigarro corrói o estômago” respondi que um amor mal resolvido também, e dores não curadas geram câncer, raiva, frustração, ainda procuro um nome adequado pra o que sinto, pode ser intuitivo, mas sempre que passo em frente á um parque de diversão, vendo a roda gigante girar me sinto tonta, tonta pelas hora que não vi passar, pelo erro da escolha certa, por buscar um tom de cor, um tom maior a note que fosse feita pra dissimular inclinação para o errado, nota qualquer de menor ou maior valor, destrinchando aquele temeroso odor de nunca se sabe quando.

Uma vez sentei naquela praça, onde tem o rio cortando a cidade, havia crianças brincando, foi tão saboroso isso, vestida de azul eu era como o céu e quem passava por mim me olhava e fazia um pedido, qual seria o seu pedido se nada mais lhe pudesse ser concedido?

Vai levar um eterno ano até que tudo volte ao lugar, a maior mentira a mais bem contada, findou-se o tempo prematuro, findou-se novembro, as folhas já caíram, nada, absolutamente nada volta ao lugar, aqui , tudo espatifado, tenho entre os dedos rugas significativas marcando o momento exato em que você bebeu da água , andou a passos largos mas vagaroso, a porta fechou sem barulho, arrumou o quadro sempre torto na parede,pigarreou alguma vezes, apenas conferindo se conseguia se ouvir...

Que pedido você faria se nada mais lhe pudesse ser concedido?