Por assim dizer é isso mesmo,não me faço conhecer,mas de vez enquanto é bom que saibam disso...
quinta-feira, 24 de março de 2011
Parto sem pedir licença
Deixando eu mesma um sem mim de que...
Do parto em você a morte e o nascer de mim
Aos que morrem de vontade um pouco mais
Sombras ,transplantes de vastidão inebriante
Mais aquários terrestres, mais concretos verbais
Meio tempo ,caso errante, desenlace de vontades
Querendo uma cor incerta ,discrepante
Deixarei o passo torto para que me siga
deita a fronte em tenros olhos,
deito a constante inconstança...
terça-feira, 22 de março de 2011
domingo, 20 de março de 2011
sábado, 19 de março de 2011
...
Ausência de mim...
Interpretando a si mesma no intuito de não saber quem é. De qualquer forma se conhecer até ali não tinha sido um bom negócio, fez trocas estranhas até então, deu-se por perdida algumas vezes, noutras encontrava-se, apenas isso...
Muito embora o apartamento fosse pequeno era esse seu mundo, era dali que tinha toda a visão da cidade, era uma cidade de estranhos, era uma estranha entre tantas cidades, já havia percorrido o mesmo corredor inúmeras vezes e os andares eram os mesmos, no apartamento de cima o mesmo vizinho ouvia a nona de Beethoven, ao lado a mesma vizinha estava só, em frente o adolescente deveria estar se cortando, como saber tanto dos outros e muito pouco de si? Escolhas, escolhas essas que a levara até determinado momento, seria o mais rápido possível, sem acordes nem textos longos, deixaria alguma coisa na geladeira, mas nada muito elaborado, ele chegaria dali alguns minutos, o batom estava de acordo com todo o resto... O bilhete...
Nada elaborado?
“Por assim dizer fui, sendo que te deixo o que de melhor eu tenho a te dar, minha ausência”.
Feito, olhou-se uma vez mais no espelho, notou que havia um novo sinal em seu rosto “Estranho!”.
Era outono e o vento fazia um barulho estranho, mensagens que naquele momento não conseguiria entender, pensou na toalha suja, riu do pensamento, fechou a janela, arrumou novamente o cabelo, sentou-se um pouco mais e resolveu tomar uma dose de qualquer coisa...
Passos...
Porta se abrindo...
_ Olá querida!
Calada...
Olhou para o bilhete em sua mão... Olhou para ele uma eternidade...
_Oi...
Amassou o bilhete, colocou o avental e foi até a cozinha.
_ O que temos para o jantar hoje?
_Ah! Nada muito elaborado...
Do que o passado sabe de mim...
Sentou de frente ao jardim, mais por nada do que para observá-lo, de fato o dia encontrava-se ameno e diante de tantas cores as lembranças da infância vieram lhe fazer uma visita. Naquele tempo o mundo gastava pouco tempo, mas não seria assim sempre, nada é sempre, depois da segunda guerra o planeta já não era tão azul e seus olhos cinza ainda contendo o brilho dos verões transparecia alegria leve e contida, que era para não se arrastar pelo mundo, deprimido e inconstante, estranhos fatos...
Mas era domingo e nos domingos além do tédio habitual havia a missa na qual ele ia de calças curtas, meias longas, tudo bem que fosse apaixonado pela filha do dono da sapataria”Ah mas ela tinha pés feios”. Riu-se das lembranças, essas tinha cheiro de água de alfazema e biscoito de goma. Não nunca mastigou a corpo de Cristo. Mas pensando bem perdera a conta de quantas vezes embriagou-se com seu sangue “caspita!”.
Gargalhou pra valer então e percebeu no jardim borboletas fazendo amor, ali, aquele ato tão simples, tão sem enredo. Olhou suas mãos tremulas vivas e cheia de veias mais expostas do que nunca, recostou-se um pouco mais na cadeira de vime e não pensou em mais nada. “Haveria chuva então?”.
“Aquila non capitat muscas”.