Era uma vez (e não poderia ser diferente) uma velhinha que morava numa casa antiga, (eu sei parece com outras histórias) junto com dois gatos, a velhinha já meio cega e deslembrada das coisas deixava tudo pelos cantos e esquecia onde as largava, pois bem, num desses dias, nesses fins de tarde quando o vento para, as folhas não dançam, neste exato momento um monte de outras pessoas nasciam, crianças choravam, namorados se agarravam (aquilo pra ela era o fim), naquele exato momento onde um beija-flor parava de frente pra uma porta de uma cozinha qualquer, a velhinha acabava de perder alguma coisa, e como sempre andava por todo o casebre perguntando pras fotos amarelas e pros seus dois gatos brancos...
_Onde diabos eu perdi aquela linha?
Pois então! Sabe-se lá onde não é?
Ela tinha uma cozinha cheia de coisas coloridas, tigelas antigas com desenhos de 1900 e guaraná com rolha, pratos tão fundos que dava pra tomar banho, enfim, ela tinha a tal mesa e cismou que a tal linha poderia ter ser perdido embaixo dela, de madeira trabalhada que em algum tempo passado havia sido uma Jacarandá enorme, pobre velhinha se agachar naquela idade, procurando uma linha que ela nem sequer lembrava-se da cor, muito sofrimento, os dois gatos apenas se entreolhavam e olhavam sua dona, e lá sei foi ela...
Até hoje os vizinhos ser perguntam...
_Onde foi parar a senhora simpática, aquela dos gatinhos?
Reza a lenda que ela ao ir embaixo da mesa acabou ficando por lá, tinha perdido tantas coisas ali que sequer havia se dado conta de quantas lembranças se perderam. Jóias da mãe, fotos dos irmãos, o casaco do marido, a blusa azul que sua bisa tinha tricotado, uma boneca que ela pensara ter dado de presente a sua neta, uma colcha de retalhos que nem havia terminado de bordar, o espelho da tia, foi juntando tudo, coisas diversas, gosto de café, balas de puxa puxa, pinceladas de ventos idos, calores, angústias, risos, choros, amores...
A velhinha foi diminuindo de tamanho, ficando cada vez menor, tão pequetita, tão tão que de repente!
_Mãnheeeeeeeeeeeeeeeeeeee! Olha o que achei!
_É uma foto da vovó Sofia!
_ Mas a vovó foi criança?
_Mas que pergunta é essa Sofia? Todo mundo foi.
_Posso ficar pra mim?
_Se prometer cuidar bem, pode sim.
_Prometeio mãe!
_É prometo menina!
_Prometo menina!
_Você entendeu.
_Vó vou esconder você aqui, embaixo da minha escrivaninha, e vou te contar uma história. Era uma vez uma velhinha que ser perdeu embaixo da mesa...
_Onde diabos eu perdi aquela linha?
Pois então! Sabe-se lá onde não é?
Ela tinha uma cozinha cheia de coisas coloridas, tigelas antigas com desenhos de 1900 e guaraná com rolha, pratos tão fundos que dava pra tomar banho, enfim, ela tinha a tal mesa e cismou que a tal linha poderia ter ser perdido embaixo dela, de madeira trabalhada que em algum tempo passado havia sido uma Jacarandá enorme, pobre velhinha se agachar naquela idade, procurando uma linha que ela nem sequer lembrava-se da cor, muito sofrimento, os dois gatos apenas se entreolhavam e olhavam sua dona, e lá sei foi ela...
Até hoje os vizinhos ser perguntam...
_Onde foi parar a senhora simpática, aquela dos gatinhos?
Reza a lenda que ela ao ir embaixo da mesa acabou ficando por lá, tinha perdido tantas coisas ali que sequer havia se dado conta de quantas lembranças se perderam. Jóias da mãe, fotos dos irmãos, o casaco do marido, a blusa azul que sua bisa tinha tricotado, uma boneca que ela pensara ter dado de presente a sua neta, uma colcha de retalhos que nem havia terminado de bordar, o espelho da tia, foi juntando tudo, coisas diversas, gosto de café, balas de puxa puxa, pinceladas de ventos idos, calores, angústias, risos, choros, amores...
A velhinha foi diminuindo de tamanho, ficando cada vez menor, tão pequetita, tão tão que de repente!
_Mãnheeeeeeeeeeeeeeeeeeee! Olha o que achei!
_É uma foto da vovó Sofia!
_ Mas a vovó foi criança?
_Mas que pergunta é essa Sofia? Todo mundo foi.
_Posso ficar pra mim?
_Se prometer cuidar bem, pode sim.
_Prometeio mãe!
_É prometo menina!
_Prometo menina!
_Você entendeu.
_Vó vou esconder você aqui, embaixo da minha escrivaninha, e vou te contar uma história. Era uma vez uma velhinha que ser perdeu embaixo da mesa...
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