sábado, 31 de outubro de 2009

Melodia...drama...


03: 27 da madrugada...
Não consigo para de ouvir a música... Ah, we fade to grey
Simplesmente dormi antes que ela e fosse, deveria ser umas nove e alguma coisa, foi um sono imposto por mim, na minha doce ilusão de dormir até de manhã, mas eles voltaram os malditos sonhos sempre voltam, acordei depois da zero hora achando que era outro dia, que era amanhã, que idiotice de minha parte, ainda é hoje, infelizmente ainda é hoje...


Acordei chorando e a dor no peito ainda insistindo em estar ali, não sei ao certo em que ponto do sonho eu chorei e por qual motivo acorde assim. Eu acordei? Ah, we fade to Gray...


Liguei pra ela, só por não tem mais em que ou quem me apegar, já faz horas isso, falei do mal estar eu só queria mesmo ouvir uma voz conhecida, beco sem saída, pode ser. Já li e reli inúmeros textos, meus, dele, dos outros, de gente que nem sabe que eu os tenho ainda, de gente que ainda deve ter alguma coisa minha com ele, e pó que pelas caridades ainda não me devolveram, odeio fins de semana, feriados e tudo mais, a idiota aqui esqueceu de comprar cigarros, como uma fumante que não quer parar esquece de comprar seus companheiros das horas certas e incertas?


Vai saber eu já esqueci tanta coisa, mas segunda-feira está chegando aí, mais um dia de finados, eu nunca mais voltei ao túmulo dela, não teria motivos pra isso, ela não está mais lá, assim como minha prima levada por uma doença chamada câncer, doença eu que nomeio de coerção da alma, sim afinal de contas um caroço no estômago causado por sentimentos contidos e coisas mil não pode simplesmente dizer o que a matou.


Doença essa que penso eu vai me levar um dia quem sabe, no caso DELA, não me refiro a minha prima, sempre fazendo exames, eletros, etc. Mas nunca dava nada, um belo dia, um belo dia, que ironia, enfim, menos de 4 horas e três ataques cardíacos depois se acabou!
É sim, simples assim, de lá pra cá cinco anos se foram, quase cinco, eu morri durante uns dois anos creio eu, foi a primeira morte, mal sabia eu que viriam tantas outras, deixei de ser adolescente tarde de mais, fiquei velha muito mais rápido, no intuito de me deixar esquecida renasci outra, morri novamente renasci , é um círculo vicioso esse não?


Estou enjoada e não falo da minha gastrite, falo desta cidade, das pessoas, dos “amigos”, da vida social que fiz questão de matar, do curso que tanto amava, dos professores tão senhores do saber, estátuas de mármore. Não conheço a maioria das pessoas do prédio, com exceção de uma vizinha solicita que tenho ao lado, outra da frente que “Nossa eu acho tudo o teatro” Quantas vezes essa mulher viu uma peça meu Deus? Balela, tudo balela...


Uns três rapazes de olhar faminto quando passo ainda estudantes também, a cidade está cheia deles, que piada mais sem graça, todos se achando moderadores do mundo, futuros médicos, advogados, professores como eu, muitas meninas, muitos garotos, que merda!
Não faço mais questão desde meio, ou desta vida social, sou mesmo um bicho enjaulado, fazendo minha parte no papel da sociedade, Ok pode rir á partir de agora...


E, no entanto, eu ainda acordo chorando no meio da noite feito uma criança de 4 anos de idade, só a dor no peito me entrega, mais nada, sem mão pra segurar na hora do desespero, sem alguém que ouça o soluçar ou lamba minhas feridas, por isso eu cuido delas, de cada uma, com um querer maior ainda pelas mais antigas, todos os dias eu as limpo, e as cubro, mas o que fazer quando estas não querem cicatrizar? Ah, we fade to Gray...


Requentei a porcaria do café, amargo, eu detesto coisas ou pessoas doces de mais, me irritam e parece soar tão falso, esse povo sente dor? Não quero ser um deles, miss simpatia ou coisa do tipo, agradar Deus o mundo e os fundos, menos á mim. Bom dia, nossa como está bonita! Na verdade querendo dizer... Dane-se o dia você está péssima hoje!


Foda-se! Não estou pedindo pena, acho isso ridículo, não costumo ter, apenas quando considero o ser desprezível, eu sou desprezível? E por favor, não diga que sou dramática, afinal de contas não posso tocar sua mão e transpor o que sinto certo? Meu bem existe dois tipos de morte, uma conhecida por todos e outra, outra que só nós fantasmas conhecemos, mas se ainda sinto a dor no peito, o choro no meio da madrugada, vontade de acordar os vizinhos idiotas, gritar aqui de cima, ir pro meio da pista aos berros dizendo... Vocês é que estão mortos...


Então será mesmo que morri?
04: O3 Como eu gostaria de dormir agora...

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